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30/04/2012

Diários de uma Rebelde


Os dias se passaram apressadamente.

Era dia 27 de dezembro, um sábado chuvoso. A festa do baile de formatura seria nessa noite.

Lua estava ansiossíssima, assim como Arthur.

Maria Cláudia estava repleta de orgulho da filha. “Formada! Que orguhlo”-pensava ela.
Lua havia alugado um vestido de festa maravilhoso: era lilás, simples e sofisticado, que lhe deu uma silhueta de mulher, de mulherão para ser mais exato. 

Lua prendeu os cachos num coque desleixado e, quase chorando, colocou a presilha de pérolas que era de sua mãe.

Lua chorava na frente do espelho pois sabia que na manhã seguinte ela estaria embarcando, finalmente, para Nova York. Iria estudar as línguas no exterior e iria morar com o pai lá em Brooklyn Beach.

A maquiagem começou a se apagar... Lua enxugou as lágrimas que teimavam em cessar e retocou-se. Ergueu a cabeça e torceu para que o destino ajudasse.

Ia descer as escadas, quando se lembrou de algo. 

“O Diário!”-pensou.

Lua abriu seu guarda-roupa e num bolso de um casaco velho, ela tirou o diario de lá.

Sentou-se na cama cuidadosamente para não amassar o vestido e começou a escrever.

-Diário aberto-

                           Querido Diário,

Passei uns 3 anos escrevendo em você. Escrevi tudo aquilo que eu senti: desde a minha infância até o medo de encarar o que estou encarando agora.

É o meu sonho e não devo deixá-lo para trás. 

Vou para Nova York hoje mesmo, logo após o baile dos formandos mas não te levarei comigo, caro poço de segredos. Eu amo o Arthur e eu sei que, assim como eu, ele vai sofrer com a minha partida.

Vou te dar a ele. Sim, ele será o único a ler tudo aquilo que eu escrevi e cuspi em você. Escrevo isso chorando, espero que minha maquiagem não tenha borrado. Cansei de retocá-la por causa das lágrimas...

Continuando... Acho que estou grande demais pra escrever em diários e não me fará falta. Isso tudo que está aqui são pedaços meus que serão entregues ao meu verdadeiro e primeiro amor: Arthur. 

Enfim, já está dando a hora do baile e aqui jaz o último texto, o último arquivamento meu... 

Sei que minha vida estará no Arthur quando eu lhe entregar a ele. Espero que ele não ria de mim e sempre que  sentir minha falta, ele poderá olhar tudo o que está aqui.

Agora não me dirijo mais a esse diário como se ele fosse alguém... 

Ele já não é mais meu e é agora, oficialmente, o diário do Artur Aguiar, um garoto rebelde, que assim como eu, tem que tocar uma vida.

OBS: Arthur, se estiver lendo isso, saiba que eu te amo e que você jamais morrerá em mim.

Com amor,

                           Lua (Aguiar) Blanco

-Diário fechado-

Lua fechou o diário rapidamente, querendo apagar o sofrimento. Limpou o rosto novamente e desceu a escadaria de sua casa como uma pluma. Maria cládia a esperava na sala.

MC: Filha... Você está linda...
L: Brigada,mae. Vou morrer de saudades...
MC: Eu também.

Mãe e filha se abraçaram e choraram...

MC: agora para, se não a maquiagem vai sair...
L: Voce vai estar no aeroporto?
MC: Sim, vou levar suas malas...
L: Te vejo lá, então...

Ao sair de casa, percebeu que havia uma limusine estacionada. Dentro dela encontravam-se em pura farra, Mel, Chay, Sophia, Mica e Arthur. Chay estava com a cabeça pra fora do teto solar chamando por Lua, que correu imediatamente. Queria viver os ultimos minutos ao lado dos seus verdadeiros amigos.

Lua entrou e beijou Arthur apaixonadamente.

S: Isso tudo e amor?
L: É porque eu embarco hoje pra NY.
S: Puutz... Esqueci disso. Vamos aproveitar enquanto voce ainda esta com a gente.

Arthur emudeceu-se. Queria esquecer. Mas sabia que era o sonho da namorada...

Chegaram no local do baile. Depois de muito esperarem, o DJ tocou o som.

Os seis dançaram a noite toda quando às 4:00 da manhã o DJ colocou uma música lenta.

Lua não gostava de musica lenta e chamou Arthur para irem lá fora. Chovia um pouco, mas isso não era o problema...

A: Lua...
L: Xii... Não fala nada. Eu quero te dar uma coisa...

Lua tirou de sua bolsa seu diário.

A: O que é isso?
L: É meu diário. Aí estão todos os meus segredos, sentimentos e experiencias mais profundas.
A: Por que está me dando isso?
L: Porque daqui 30 minutos estou indo para um outro hemisfério e queria que você ficasse com uma parte de mim...

Uma lagrima rolou do rosto de Arthur. Dentro de alguns segundos, várias lágirmas rolaram numa sequencia agonizante. Lua começou a chorar também e ambos se abraçaram fortemente.

L: Te amo... Nunca vou te esquecer.
A: Nem eu... Te amo muito... Nós ainda vamos nos encontrar... Quero estar velhinho ao seu lado...
L: Quem sabe...

Arthur acariciou o rosto de Lua.

A: Você continua linda.... Espero que vocÊ seja muito feliz realizando seu sonho...
L: Promete que não vai se esquecer de mim?
A: Prometo.

Eles se beijaram e Lua partiu para o aeroporto. Arthur voltou à festa desolado.

C: Cara, o que aconteceu?
A: ela acabou de ir...
Mel: AH não! Ela nem se despediu.
Mica: Talvez ela achou que assim doeria menos.
S: Concordo.

Mel, Chay, Sophia e Micael apoiaram Arthur, que decidiu ir para sua casa e queria examinar o diário de Lua.

Lua havia chegado no avião. Se despediu calorosamente de sua mãe. 

Lá no avião, Lua foi para o banheiro e mudou de roupa. Chegaria em Nova York dentro de umas 9 horas. Por sorte, a chuva cessara e Lua faria um voo tranquilo.

Olhou para o céu e certificou-se de que aquilo era real.

Em sua casa, Arthur subiu para o quarto e abriu o diário de Lua.

A cada página, ele chorava mais e mais. Sentia muitas saudades, era quase insuportável... Pressionou o diário contra seu corpo e rezou para que um dia eles pudessem se encontrar novamente.

Arthur custou a dormir. 

Dormiu agarrado ao presente que recebera da namorada. 

Agora, eles estavam oficialmente separados a um hemisfério de distância.

Será que eles iriam rever-se novamente? Todos os 6 juntos de novo? Seria bom demais, mas não impossível...




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