Lua ficou refletindo sobre sua decisão em relação a isso. Será que ela e Arthur seriam os mesmos amigos? Era inevitável para Lua pensar em Arthur e vice-versa.
Lua permaneceu quieta em seu canto a tarde inteira.
À noite, ela se deitou para dormir. Tentou dormir, mas não conseguia por um motivo: Arthur Aguiar.
Lua se revirava na cama tentando sonhar com algo, mas só pensava no beijo maravilhoso que tinham dado.
Lembrava de cada detalhe como se fosse a prova de um crime. Ela ficava se culpando por ter beijado o seu melhor amigo.
Com Arthur não era diferente: revirava na cama e suspirava sempre quando pensava em Lua. Ele olhava pela janela e o que via? Via o quarto de Lua e a própria lua que estava radiante no céu.
Depois de muito lutar, Lua queria descansar logo e deixou para lá esse “desconforto”.
Com Arthur era um pouco diferente: ele sentia prazer ao pensar no beijo. Lua já se sentia meio que culpada.
O despertador toca às 6:00h da manhã. Lua acorda e acaba caindo da cama. Fez uma cara de dor e foi para o banheiro tomar banho e escovar os dentes.
No banheiro, Lua olhou para o espelho e se questionou: “Será que sou mesmo bonita?” Lua sempre achava defeitos em seu corpo e em seu rosto, que Arthur fazia questão de desmenti-los.
Ao sair do banho, já atrasada, Lua se trocou e pegou uma maçã que estava na mesa e foi comendo pelo caminho. Despediu-se de sua mãe e foi para o ponto de ônibus.
Arthur já estava lá e a cumprimentou com um caloroso “oi”.
A: Oi, amiga Lua...
L: Oi...
A: Dessa vez quem chegou atrasada foi você.
L: Pois é. Um dia a gente acaba mudando. É o que dizem: o ser humano está em constante mudança.
A: Cê ta nervosa por quê?
L: Nem to.
A: Claro que ta! Você está falando rápido demais.
L: É o stress.
A: Que stress?
L: Provas...
A: Só no mês que vem.
L: Tá! Minha mãe quer que eu faça uma festança no meu aniversário que é daqui 3 semanas e ainda não organizei nada.
A: Putz. Eu ajudo vocês.
L: Não precisa. Muito ajuda quem não atrapalha.
A: Você ta toda nervosa por causa do beijo?
L: Lógico que não.
Lua foi salva pelo ônibus que tinha acabado de chegar. Lua e Arthur se sentam juntos, mas não trocam uma palavra.
No colégio, as meninas perceberam o desconforto de Lua.
Mel: Lua, você ta bem?
L: Melhor impossível.
S: Não mente pra gente...
L: Tá bom... É que ontem eu e o Arthur fomos estudar química. E a gente acabou se beijando!
Mel: O que?????? Parece que aprenderam a matéria direitinho, hein!
L: Que foi? Comeu o palhacito foi?
S: Calma gente, mas e aí? Como foi?
L: |Foi horrível.
Mel: E desde quando beijar é ruim?
L: Desde quando quem se beija são dois amigos de infância, criados como irmãos.
S: Isso dá uma linda história de amor...
L: Isso dá é um problemasso!
Lua, Sophia e Mel seguem rumo à sala de aula e esperam o início das aulas.
Durante a aula de literatura, revendo o romantismo, a caneta de Lua caiu no chão.
Arthur foi pegar a caneta para ela, mas eles, sem querer, encostaram as mãos. Por um minuto o mundo parecia ter parado.
Arthur ficou hipnotizado (mais uma vez) naquele olhar misterioso de Lua.
Lua também se hipnotizara pelo olhar doce de Arthur...
A: T... to... toma sua Ca... caneta.
L: [sem graça] Obrigada.
Lua pegou a caneta e ficou olhando Arthur prestar atenção na aula.
“Tá tudo tão diferente. O que está acontecendo comigo?” – Pensava Lua a todo instante.
Na hora da saída, Lua vai na frente.
A: Eu vou lá falar com ela.
Mica: Vai lá, cara. Corre atrás da sua menina.
A: Ela ainda não é minha menina.
C: Tá otimista hein... “Ainda não é minha menina”
A: AINDA, mas eu sei que ela também está gostando de mim.
Mica: Boa sorte.
C: Boa sorte aí, cara.
Chay dá um tapinha nas costas de Arthur, que corre atrás de Lua.
A: Hey! Lua! Espera!
L: Que foi?
A: Não vamos embora juntos?
L: Tanto faz...
A: Temos trabalho de literatura marcado né.
L: É.
A: Conversei com os meninos e com as meninas da gente formar um grupo.
L: Legal. Mas o trabalho é só pra semana que vem.
A: É...
L: Você não vai fazer festa no seu aniversário?
A: Não, vou usar a sua para aproveitar!
L: Isso que dá fazer aniversário perto né...
Os dois riem.
Arthur paraliza ao ouvir a risada de Lua
L: O que foi?
A: Nada. Nada...
L: Vamos marcar o trabalho pra terça?
A: Pode ser... Eu aviso o povo.
L: EU aviso também.
Eles já estavam chegando em casa...
A: Bem, até amanhã...
L: Finalmente amanhã é sexta-feira!
As coisas pareciam estar voltando ao normal, mas quando um dos dois ficava sozinho, a lembrança do beijo sempre vagava na memória... O que fazer?
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